sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Eleições Presidenciais - uma análise a pouco mais de um mês:

Não pretendo fazer uma análise isenta e não condicionada sobre as eleições presidenciais e os candidatos. Apoio Henrique Gouveia e Melo e esta análise nunca seria isenta por esse facto, baseando-se na minha opinião sobre as eleições e os candidatos.

51 anos após o 25 de Abril, nota-se uma perda de lideres e políticos de reconhecido mérito. os grandes tribunos e ideológicos, que inspiravam massas e lideravam pelo exemplo desapareceram ou poucos restam. Sim, a democracia não é um sistema perfeito, é o mais perfeito que se conhece. Os vícios do sistema partidário e das clientelas dos partidos levaram a que, seja a esquerda ou a direita, as grandes referências se fossem torando cada vez mais escassas. Tirando António Guterres e António Costa, ocupados e mais preocupados e interessados em outros voos, e Durão Barroso ou António Vitorino, sem interesse no cargo e preocupados com outros assuntos, apenas restam fracas referências que não congregam (Passos, Santana) ou uma cambada de jovens turcos que não lidera nada nem ninguém e se governa e não quer governar. Reformados ou falecidos os grandes símbolos de Abril basta olhar para a Assembleia da República para ver que, no meio daqueles 230 deputados, muito poucos poderiam e teriam dignidade para ocupar o lugar de Presidente da República. Na geração pós 25 de Abril, para além da idade e da falta de maturidade para o cargo de quase todos, poucos ou nenhum poderiam almejar o cargo. Da geração que fez Abril de 74, a idade já pesa e na geração dos 50/60 anos, idade ideal para a candidatura a 2 possíveis mandatos de 5 anos, as estruturas partidárias não permitiu o seu surgimento e posicionamento.

Posto isto, creio que temos as eleições Presidências com o leque mais fraco de candidatos de sempre e onde a divisão demonstra a inexistência de referencias e congregação de votos e teremos não o PR que queremos e que defendemos, mas o que seja candidato contra o PR que não queremos na segunda volta.
O fracionamento ideológico é tal que nos arriscamos a ter 5 candidatos com votações entre os 10 e os 20 por cento dos votos expressos e do qual pode até sair o cenário de dois candidatos de direita na segunda volta.

Assim, vejamos os 7 candidatos que temos assim (nem falo em Manuel João Vieria porque isto é um tema e um texto sério e por muito que o admire como artista é uma canddiatura não séria, nem na candidata do ADN ):

- André ventura é André ventura. tendencioso, fascista, arruaceiro, xenófobo, racista e que personifica tudo aquilo que não queremos na politica e para o País. não serve nem para administrar um condomínio, quanto mais para PR.
- Cotrim de Figueiredo - O liberalismo do grande capital, sem sensibilidade social, o defensor da mão invisivel do mercado, sem controlo nem regulação e sem soluções para os problemas e questões sociais ou humanas. Até tem perfil para PR mas a ideologia preocupa.
- Luís Marques Mendes - O candidato dos interesses do PSD. Politico toda a vida, sectário, falta-lhe isenção e independência para o cargo. Segue a via social democrata, e até poderia ter boas ideias, mas a sua cedência e subserviência politica tornam-no um candidato perigoso.
- António José Seguro - o candidato que supostamente representaria o PS mas que tem vergonha de ser de esquerda, que não se sabe onde se posiciona e nem congrega o partido, quanto mais o país. Não serviu para Secretário Geral nem para candidato a PM como pode servir para PR?! O candidato que coartou de forma imprudente a discussão e o debate À esquerda, impondo-se como candidato à revelia e antes do apoio do partido, e que não tem pulso nem firmeza para o cargo presidencial. O debate com André Ventura e com Luís Marques Mendes foi demonstrativo desse facto. Um candidato fraco e que não une nem representa a esquerda e que não tem perfil de liderança para exercer qualquer magistratura de influência, seja a nível nacional seja a nível internacional. Não foi capaz de se impor, no seu devido tempo, na cena politica e não é agora que convence.

- Catarina Martins e António Filipe - dois candidatos apenas para cumprir calendário e segurar eleitorado. Dois candidatos ideológicos, parciais e tendenciosos que não concordam com o enquadramento e posicionamento internacional de Portugal e pelo posicionamento comunista e marxista leninista nunca poderiam chegar à Presidência.

- Jorge Pinto - pelos motivos que já referi, é muito novo, não tem influência nem capacidade de condicionar a ação politica, a governação e as relações nacionais e internacionais. Um ideólogo irreverente, de espirito livre, que ainda pensa que o ser humano é essencialmente bom e vê bondade em tudo e todos Pensa com o coração, não com a razão, e nunca seria um bom PR mas um selfie men a maneira de Marcelo.

- Henrique Gouveia e Melo - Sim, propositadamente deixei-o para o fim, porque os últimos são os primeiros. Vem de fora da politica e dos interesses, tem experiencia e conhecimento na área das relações internacionais e da diplomacia, bem como do meio militar do qual o PR é o líder supremo. Um líder, pelo empenho, coragem e determinação, que se impõe pelas suas ideias e não por ser condicionado pelos interesses e pela influência. Um homem discreto e moderado. Um capitalista Humanista, e sem dúvida o único dos 7 com perfil presidencial.
Não, não precisamos de um politico em Belém. Hoje, mais que nunca, no ambiente belicista da cena internacional e onde, internamente, os extremismos e radicalismos ideológicos ganham peso, necessitamos de um verdadeiro líder que, com coragem e determinação, consiga condicionar a ação politica e o futuro em prol de Portugal e dos Portugueses.
Sim, é um militar, foi militar, não é militar no ativo e ter sido militar não lhe retira capacidade nem direitos de cidadania. Pelo contrário, a sua experiência e conhecimento internacional e diplomata faz dele o homem que Portugal precisa.

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